A flor do tempo sem rancor
A flor do tempo sem rancor
Marcos Olavo
Era amada do coração arrancado,
Essa bela flor do tempo sem rancor,
Que navegava em um mar sem amor,
Levada pelo triste pensar.
O flauta tocava como ninguém,
Na fala cantada na rua cinza,
A espera de momento risonho,
Atacando o teu esquecimento.
Desfilam em tua promessa nua,
Na cara da certa linha vinda,
De um lugar medonho e assombroso,
Que abre a porta do fogo.
Demoro em saber disso,
Revelando um disco arranhado,
Que a época fez questão de esquecer,
Na jogada de um abraço.
Beijo a saudade admirada por todos,
Numa querida revista antiga,
Que fala calmamente de nós,
Dos crescidos poetas.
Não perco mais tempo,
Escolho nadar nesse lembrar,
Que vai despertar você de uma vez,
Fazendo pular da preguiça.
Leio tanta coisa na corrida,
Pra chegar à alma do destino,
Que nada sabem do escrever,
Na folha jogada na lama.
Vou à esquina da tua vida,
Conhecendo pessoas sem voz,
De tanto pensar na dor,
Que nega ter esse valor.
Paro um pouco na mesa do saber,
De tolos consumados pelo o amarelo,
Que toma em um copo enorme,
Levando a esse lugar irreal.
Sento e começo a dançar,
Com todas as palavras prediletas,
Que lembro nesse dia,
Fazendo nascer a farra.
Enxergo tais coisas estranha,
Na transformação do medo,
Levando brindes no alto,
Olhando tudo sem acabar.
Esse é o brindar meu,
Pra erguer um brinde,
No mistério desse credo,
Que nem consigo explicar.
escrito por: Marcos Olavo