Mergulha os teus dedos
Nos fios dos meus cabelos
Aspira-os
Afasta-os docemente
E roça o meu ombro
Com os pelos do teu queixo,
O bafo da tua respiração
Beija-me
Nuca, espáduas, pálpebras
Suga-me
os mamilos
Sorve-me os lábios
Lambe-me o ventre
Com a língua fremente
Detém-te
Olha-me nos olhos
Profundamente
Entra em mim
Visceralmente
Meu seio acolhe-te
Sôfrego
Num ritmo louco
Até que o meu corpo em arco
De minh’ alma se desate
Por pertencer-te somente
Então flutua comigo
Num abraço infinito
Como de sol se fundindo
Encerremo-nos sorrindo
Como se um véu descesse
e por fim nos envolvesse
Num diáfano casulo
Só nosso e para sempre!