Voltei tarde demais

Enfim, estou de volta

Parti numa tardezinha de outono e não mais notícias dei

Peguei o trem na estação central e te deixei

Por horas viajei ao som da locomotiva

Avistei um horizonte triste e nele vi seus olhos

Sobre o Rio Paraíba passei no início da manhã

E parecia que nele corriam minhas lágrimas

Cheguei aqui, nesse lugar estranho e hostil

Passei dias difíceis, noites longas e frias

Sofri de saudade, dores, medos

Sua lembrança foi muito forte, por isso voltei

Quero ficar aqui para sempre e nunca mais te deixar

Vamos dormir e acordar cantando, beijando-nos

Versejar, tocar violão, ouvir os pássaros

Tomar café a olhar-te e mais tarde te amar

Estranho, a porta está trancada, te chamo, não me ouve

Está tudo muito quieto e sombrio, cade o meu amor?

Então tristemente ouço uma voz dizendo que partiste

Para onde terias ido sem me levar contigo?

Como viverei agora sem tê-la por perto?

Meu viver sem ti é sofrer, é morrer

Preciso dos seus beijos, seus abraços

Seu toque, sua imagem, seu perfume

Então logo soube o que acontecera

Demorei demais para retornar, errei

Estás longe e ao mesmo tempo perto

Moras ali, perto do cruzeiro, dormindo para sempre

Paulo Farias
Enviado por Paulo Farias em 12/11/2011
Reeditado em 12/11/2011
Código do texto: T3331181
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