Ponto de Ônibus

Eu não a vi no ônibus que ia à sua casa

Naquele mesmo lugar que sempre se encontrava, cansada

O intinenário repetitivo de uma hora marcada,

Sem dúvidas vagando e velezando em outras barcas.

Derepentemente feliz em alguma avenida

Tragando quem sabe, não sei

Qual teor alcólico de uma qualquer bebida.

Com a saia rodada acompanhada de uma blusa bordada,

Ou quem sabe com a sandália de dedo rosada, num canto guardada já descalça

Que te calça e andas e te dar asas.

Eu não faço tempestades com esse copo

Que se esvasia entre espumas e se enche logo,

Ainda que nessa piscina dourada você insisti em se afogar,

Me explicando que hoje é feriado, onde todos nós podemos nadar.

E o conteúdo bebido lhe proporciona sorisos,

Molhados na boca, palavras gestos, mudos pedidos.

Tenta palavras e coisas,

Certamente dizendo coisa por coisas,

Gesticula outras coisas,

Abdica das palavras soletrando a mesma coisa.

E o jovem que a esperava seguiu a jornada,

Pelas ruas cruzadas,

E a chuva desfarçava deixando sua cara toda molhada,

No momento que chorava.

E lá estava ela esperando,

Já em outro ponto de ônibus,

Com um sinal verde no olhar,

Das pupilas dilatadas brigava com as moedas a passagem a pagar.

Edilson Alencar
Enviado por Edilson Alencar em 11/11/2011
Reeditado em 15/11/2011
Código do texto: T3330562
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