CREPÚSCULO
Tenho e tento desvencilhar-me de meus medos
Pois sonhos e desejos sempre se entrelaçam
E o tempo e a distância tornam-se fosso de incertezas
Indutores de fantasmas que assolam o coração
Deixando-me atado as amarras de teus grilhões
O tempo é insolvente intrínseco e paradoxal
E a perda de um segundo pode me ser assim drástico
Perdido que estou no espectro de tuas confluências
Desesperadamente tentado a tua existência lograr
Mas sinto que de teu meio sou totalmente forâneo
E me apego ao sonho de um dia atracar em teu estuário
Mesmo sabendo das dificuldades desse meu desiderato
Pois o que sinto por ti é algo imorredouro e não fátuo
E no íntimo de meu ser sei que fui por teu ser colimado
No amor sempre houve e haverá períodos contenciosos
A superação desses mesmos períodos merece todos os encômios
E faz com que a verdadeira vontade supere essas prebendas
Mas talvez eu não deva me imiscuir tanto em teu dia a dia
Pois não desejo ser o desvirginador de tua irrestrita liberdade
Sabedor que sou de toda nomenclatura desses tempos hodiernos
E o crepúsculo de tal momento é o causador de meu medo Mor
Mas tenho em mim a certeza que por ti todo meu querer ira mourejar
Pois o que sinto por ti tem em si um querer naturalmente insofismável
Então devo compreender que entre nós há momentos intermitentes
Mas sei também que apesar desse anacronismo meu amor é ingente
E não irei permanecer na sobra das ações do imensurável acaso
Pois assim buscarei tornar esse meu amor por ti inconsútil
Assim além dos olhos lemos com nossa intuitiva imaginação
Pois quando amamos profundamente nada é então inadmissível
A não ser quando não nos entregamos incondicionalmente