Despi-me de juras...
Sandra
Despi-me de juras, sonhos, lembranças...
Dissimulei razão e sensatez e, numa incoerente coerência,
Ignorei as rajadas de esperança, alimentei este desvario
Enquanto relia a vigília das minhas mãos, vazias de espera.
Incógnito, teu nome transborda recordações, ausência...
Uma última estrela reluz, entre lágrimas, o noturno canto
Repleto de notas vazias, segredando rendidos à dor.
Palavras cativas de um tempo de ilusões,
Prisioneiras d'uma insana história, instalada nos sótãos da memória.
A inequívoca certeza do adeus, pronunciou pelas entrelinhas
Versos toscos, reticentes suspiros ao fechar as pálpebras da realidade.
À revelia das tuas decisões decidi...
Vou varrer de mim teus cacos, rastros,
Chega deste amor, enredo de silêncios e medo.
Varro da minha paisagem, tuas solidificadas pegadas,
Amarroto teu rascunho...
Ademais,
Até nunca mais.
Sandra
11/11/11