Sem Tempo
No exato momento que o sol se foi
você salvou a minha alma.
De um longo sono despertara.
O ensejo estava nas palavras.
O que não era só sentimento meu
aos poucos te acalmava.
Em versos ocultos eu improvisava.
Frases que entrelinhas a alertavam
para um amor tão sublime que eu
sem medo te declarava.
Ele se movia pelas veredas do tempo.
E a cada momento se elevava
de pensamento em pensamento.
Às vezes se perdia no implícito
até voltar em turbilhões de ventos
que me arrastavam.
Ai veio à morte inesperada do sol.
Que mergulhou dentro do mar.
E a noite me aliciou bem devagar.
Levando-me fundo em um sonho
que eu jamais podia sonhar.
E sem tempo ela se esqueceu
das minhas expressões de amor
e em momentos torpes se acabou
toda uma revelação consolidada
de um fruto proibido que não frutificou.