PONTEIROS DO AMOR
Sou nascente
Tu és poente
Minha ponte
Dando as mãos
No horizonte
Defronte
De frente
Sou vogal
Tu consoante
Sou excesso
Tu és constante inundação
Meu instante é teu reverso
E teu verso é minha secreção
Da mistura das águas
Brotará ramos de uma nova plantação
Um dentro de dois
Um agora outro depois
Ponteiros do mesmo relógio
Atrelados um no outro
Marcamos o tempo sem ânsia
Dando volta no mesmo movimento
Sou a hora que te espera sem ganância
Balançando nos segundos
Fazemos amor em quartzos de ressonância
Dando voltas pelo mundo...
É a corda do relógio no cio
Que faz girar o atlas
Com seus dedos macios