Desfecho
Sinto o fogo do desejo
percorrer a insônia
que carrego, mas só
abraço o vazio que se
deita comigo.
O vento morno que adentra
esse quarto estranho
não refresca a febre
dessa saudade.
Sou apenas vontade.
Logo a "Máquina do Mundo"
despertará os Cérberos
que a todos mutilam.
E as burocráticas Hydras
e os venenos que destilam.
Ainda cumpro
um pouco de exílio
e pago uma andança
por outro trecho,
mas já te sei
doce desfecho.
Para Cristina, esposa amada.