LOUCO QUERER...
Hoje acalento o louco em mim
Para não me esquecer de minha insanidade
E morro de sede todos os dias
Para não beber
Das águas de minha (in) salubridade
Vou tentando não enlouquecer
Ante o deserto de minhas vaidades
Vendo surgirem fontes tardias
Que vão desaguar
No leito dessas profícuas e áridas verdades
Quando germinam inodoras flores negras
Florescem jardins de secas ilusões
Regadas por minhas lágrimas
Tentando não sucumbir
As miragens de superficiais explicações
Mas basta um contato
Algo que venha de tua presença
Tudo então se torna vivaz
E o mentecapto em mim
Sensatamente enche-se de esperança