Ontem hoje e amanhã

Amei como se fosse simples

Como se não houvesse nada pra pagar

Como se fosse impune

Coisa que se presume se e quando acabar

Como se corrigisse um rumo

Como se houvesse um prumo fácil de se equilibrar

Amei sem saber que amava

Mas que a qualquer momento podia descartar

Que a suprema liberdade

Levar ia-me alada incontinente ao ar

E que angustia e ansiedade

Não seriam astutas pra me encurralar

Amei, mas não amo agora

Nem o farei amanhã

Esquecerei os motivos abstratos que me antes seduziram

Desfarei as imagens caricatas que abstraíram

E, mais solene ainda,

Ficarei apenas com esta saudade infinda