Tudo…ou Nada…

Que podes deixar para trás

Que tanto te mata

Mas que ao mesmo tempo tanto te satisfaz…

Numa lotaria aleatória de meros afectos

Que sentes sem dúvida

Mas que para ti são também

Um mero fim

Um mero objecto…

Para atingires

E seres dono ou dona

Do tal patamar da sensibilidade

Que depois de atingido

Durará uma eternidade…

E nesse percurso

Depois de atingido esse fim

Olhas de facto para trás

E fazes a contagem de corpos

Que ficaram pelo caminho

Noites que dizem perdidas

Mas que tu deste por alcançadas

Corpos

No interior do qual estavam almas

Corpos destinados a ficarem assim

Destinados a não envelhecerem contigo

Corpos de uma noite

Que ficou achada no tempo

Onde a lei dos valores

Ficou à porta

Não é algo que se conte

Algo que se possa valorizar

Porque esses corpos fazem parte da tua história

Que não convém contar

Porque pode ser mal interpretada

Corpos que te ensinaram a sensibilidade noutros seres

E que por isso te permitiram saber

Qual o caminho para a eternidade

Que todos desejamos ter

E por isso só terás um a teu lado

Na tua intimidade

Que vejas

Que te veja a envelhecer

Porque os outros corpos serão sempre belos

Pela simples razão que só habitarão nas tuas memórias

Onde só tu

E mais ninguém

Os poderá ver

Mas corpos que foram belos

Do cair da noite

Ao seu amanhecer…

Miguel Patrício Gomes
Enviado por Miguel Patrício Gomes em 09/11/2011
Código do texto: T3326585
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