Tudo…ou Nada…
Que podes deixar para trás
Que tanto te mata
Mas que ao mesmo tempo tanto te satisfaz…
Numa lotaria aleatória de meros afectos
Que sentes sem dúvida
Mas que para ti são também
Um mero fim
Um mero objecto…
Para atingires
E seres dono ou dona
Do tal patamar da sensibilidade
Que depois de atingido
Durará uma eternidade…
E nesse percurso
Depois de atingido esse fim
Olhas de facto para trás
E fazes a contagem de corpos
Que ficaram pelo caminho
Noites que dizem perdidas
Mas que tu deste por alcançadas
Corpos
No interior do qual estavam almas
Corpos destinados a ficarem assim
Destinados a não envelhecerem contigo
Corpos de uma noite
Que ficou achada no tempo
Onde a lei dos valores
Ficou à porta
Não é algo que se conte
Algo que se possa valorizar
Porque esses corpos fazem parte da tua história
Que não convém contar
Porque pode ser mal interpretada
Corpos que te ensinaram a sensibilidade noutros seres
E que por isso te permitiram saber
Qual o caminho para a eternidade
Que todos desejamos ter
E por isso só terás um a teu lado
Na tua intimidade
Que vejas
Que te veja a envelhecer
Porque os outros corpos serão sempre belos
Pela simples razão que só habitarão nas tuas memórias
Onde só tu
E mais ninguém
Os poderá ver
Mas corpos que foram belos
Do cair da noite
Ao seu amanhecer…