TEU CORPO MINHA ENCOSTA
Veio a luz
Sempre vencendo a escuridão do meu eu
Vieram tuas veias pulsantes
Instantes de lusco fusco
Busco-te balbucio
Sinto-te no arrepio de tua orelha
Corre o frio de tua pele
Um efeito dominó
Arrepios incontidos
Um convite a te recolher em brailes
A ter o aconchego das ovelhas
A colméia de abelhas não tosada
O lampejo
O beijo fremente na tua flor rosada
O latejar incremente
A tua frente bem ornada
O balbuciar do cismo
A esmo me derramo
Em teu abismo tocando-te
A coluna dorsal
Salivas de escadarias
Água na boca
Praias e ondas batendo
Nas pedras cavernosas
Rimas sem prosas
Rosas entre espinho
Cavalgadura em poesia
Cavalos marinhos
Dançando nos redemoinhos
Sou teu cavalgando
Sal marinho
Teu ribeirinho tostado
Pelo dourado de sol
Balançando as escumas
Deste vai e vem sem represas
Na cintura malemolente de tuas brumas
Tua carne macia cor de trigo
Deixa-me fazer cócegas
Na concha incrustada de teu umbigo...