Vidro noturno
Intensivo inverno o pântano encharca
Ribanceiras em alavancas fazem enxurradas
Os olhos
Somem na estrada
Como fio de ouro
Ao céu clareia os raios
Parece balançar a terra o som dos trovões
Noite escura, chove forte…
Respingo d’água bate em minha face
Mistura como rio no mar as minhas lágrimas
Confundem-se ao seixo ao qual brilha
Os meus olhos em rios de águas
Em virtude de minha solidão
Velo a dor da saudade
Temo o alvor do dia
E amor o sol
Dói a alma
A luz dos olhos
Vidro noturno
Amo
Ma Socorro