Assim eu diria sobre a paixão
Assim eu diria ao sujeito encarnado , que em sendo homem, eu o inventei
Porque foste criado da ânsia de amor e de amar que há em mim
E se em mim não se estabelecesse essa ânsia, geradora dos meus quereres,
A tua figura insípida seria, ou simplesmente não existirias para mim
Porque alguém já disse que se ama o amor
E o amor vem travestido, embelezado, enfeitado de nossas humanas paixões
E há aqueles que as querem fazer belas
Por não aceitar o traço de animalidade que delas transparece
A porção que lhes repugna a alma que deseja se gabar de angelitude
Ou que sonha sublimar seus pendores menos elevados
Então das emanações dos ‘feromônios fatales’ subvertem o desejo
E inventam sinais quase espirituais que justifiquem às suas mentes intelectuais
Os arrastamentos, as atrações e lhes dê cores de bons moços
E dissipem as atrações fatais de seus corpos mortais
Quase sempre presas de humanos desejos
Enquanto sonham com os ideais luminares românticos
Ou os cânticos de um céu distante com deuses errantes
Até que se voltem às suas humanas correntes e percebam os nós
Que os mantém presos a belos olhos verdes
Quase tão divinos, quase tão selvagens,
E tão iguais ao que é próprio da sua condição de humanidade!