NAS DESPEDIDAS
Eu não sou forte nas despedidas.
Eu bem que tento, sem no entanto, ter êxito.
Mas não vá pensando erroneamente
que sou dessas criaturas demasiado emotivas,
pois só ajo assim com pessoa querida.
Dessas que carregam consigo uma parte de mim.
Prometi-te não mais chorar e não me esquecerei
de quiçá um dia cumpri-la.
Chego a corar de vergonha por demonstrar
semelhante fraqueza.
Por me prostrar desarmado.
Contudo, dou-me sempre o benefício do perdão. E por quê?
Porque se o orgulho condena por certo a fraqueza,
o coração cativado glorifica o amor.
Não sou forte nas despedias;
o curioso é que eu mesmo não sabia disso
até aquele instante em que te reconheci.