Da cela da minha escravizada alma de seu amor (Escrevo-te, sem remetente)

Minha alma está triste e parece pedir a morte

De repente numa tarde qualquer nela havia alguma alegria

E nessa ânsia, no prazer da sua utopia

As palavras da mulher amada mudaram-lhe a sorte

De contentamento se fez tristeza

De sorriso se fez em soluço e dor

Dos brilhos dos olhos, nascera uma lágrima

Da lágrima, um soluço de amor

O desafeto e o enclausuro

A masmorra dessa cruenta e fria solidão

Ah! Amada... tu me pusestes, me sentenciastes

A minh’alma agoniza agora no chão

Estou fraco, faminto e com sede

Fraco de amor, faminto de teus braços e sedento de seus carinhos

Do fundo dessa cela onde jaz minh’alma soturna

A vida é vazia, não sei o caminho

Choro as penas tristes de meus versos, cansado

Percebo que meu tinteiro está quase secando

A pena da minh’alma está endurecendo

A tinta das minhas lágrimas sequer ‘stá acabando

Amor, eu te amo tanto e enlutado me sinto

Eu te anseio tanto, verdade, não minto

E tu me rechaças dessa maneira

A minh’alma não mente, é tão verdadeira

Será que não tens compaixão desse moribundo coitado?

Será que não sentes nada, senão as dores do teu passado?

Tens medo de se dar a uma nova chance

E meu amor, o tens recusado

Tens medo de não ser feliz?

Qual o teu temor, a tua paúra?

Enquanto não me podes responder, morro

E morrendo se acaba essa loucura

Amada, eu te amo, bem sabes o quanto

Eu te quero e te busco veladamente

Da cela da minha escravizada alma de seu amor

Escrevo-te, sem remetente

Não que eu queira esconder quem sou

Tampouco omitir essa minha sentimentalidade

É que os mortos não possuem endereços

E o meu endereço é o teu coração e não esta saudade

FidelisF
Enviado por FidelisF em 07/11/2011
Reeditado em 07/11/2011
Código do texto: T3322424
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