A FLOR RUBRA DA NOITE
Onde está a semente
Amostra-me prostra-te ao solo
Se não no Colo que me fecundou
Onde está a semente que morreu
Se não saindo pelos olhos que são seus
Escorrendo pelo adeus sem recolhermos
As lagrimas que derramamos
Quando ferimos uma árvore e ela solta suas nódoas
Sem o busto no leite derramado em vão
Sem aquela dor que só passa quem sente
E não adianta esconder debaixo do tapete
Queria ver-te sorrindo como um sorvete derretendo
Com as narinas cheias de ar absorvendo meu eu
Como a voz pra me entorpecer
Como a luz do sol pra me guiar
Quero-te de volta
Este abismo é meu
Deixo-me vagar pelo inferno
Mais não te deixo sair com esta mágoa no teu peito
Esta passagem é estreita vem não deita nela
Esta cela é minha eu te liberto
Eu te liberto pra sempre
Leva minhas asas voe por este céu sem meu anel
Seguirei as sombras desculpe-me pela falta de luz
As poças as carroças arrastarei
Não mais te verei
Apenas sentirei teu perfume
Como estrelas neste meu eu feito de negrume
Vou sumir pelos becos pelos guetos
Pelas damas da noite beberei alforrias
Do hálito da saudade e para sempre
Perderei-me dentro de teu ser
Que pedi pra perder
E viverei como um condenado
Sem jamais te ter como um dia eu jamais tive...
Viverei como um colibri sem asas
Sorvendo sem apego algum
A rosa negra dos meu bebuns...