O ciclo
O dia devora a tarde
Com a insanidade de um bárbaro faminto,
Saliva vontade por todos os instantes e meios
E a língua é soberba por necessidade do instinto!
O dia tem uma pressa contínua
Desatina minuto a minuto
Uma coisa saudosa que alimenta a gente,
O dia tem uma boca tamanha
Que se arreganha feito serpente...
O dia devora a tarde
Na impressão de acabar de uma outra para outra,
Na verdade, antecipa a noite
Que sem saciedade nenhuma
Devora a madrugada
Num ciranda louca...
Enquanto o orbe gira
O amor se responsabiliza
De tudo e de nada!
O meu olhar de bárbaro
Só se acalma
Com o entusiasmo da tua promessa.