Se um dia…
As labaredas frias
Envolvessem a doçura
Em perfeita alquimia
Entre as pedras cruas
Veria a carne nua…
Onde não alcanço
Pelas feras ondas
Que rasgam o vento
Em desejos maciços
Entre dunas e mar
Os beijos da madrugada…
Se um dia…
O farol iluminasse
O corpo de luz da maré
E fruísse o marco eterno
Pelas tempestades quentes
Volvendo em areias ardentes…
Ao toque do clarim
A latejante água
Em arroubos febris
Diminuiria a distância
Onde toca o instinto
E vive a lembrança…
Se um dia…
Eternamente errante
Como bússola pulsante
Lânguida na areia
Entre o céu e a água
Permaneceria amante!