A grandiosidade…
Não se mede por vezes em gestos
Palavras
Ou meras intenções
A grandiosidade
Mede-se sim
Pela falta que tu fazes
Pela terrível dimensão da saudade…
Em olhar um mar
O mar que nos separa
E ter sentimentos mistos
Sentimentos dispares
Sentir uma incapacidade gritante em tal ultrapassar
Sentir que são meros milímetros
E que te sinto
E te consigo tocar
Nem que seja pela vontade de um olhar…
Sentir que ficas
Mesmo quando estás longe
Sentir que me estimas
Quando os teus olhos dizem o contrário
Sentir que te amo
E que o tal mar que nos separa
Não é mais do que um pequeno aquário
Onde tu me observas
Onde eu te observo
Plenamente
Mas sem realmente conseguirmos comunicar
Porque o que tu dizes
O que eu digo
Temos o vício de ouvir
Mas sem realmente saber interpretar
E por isso
Apesar de termos a grandiosidade em todo o nosso ser
Ela nos magoa a alma
Sem a qual não temos paz
Com a qual nesse estado de tristeza endémica
Temos o mundo ao nosso dispor
Mas em vez de ser uma conquista desejada
Não sentimos nada
Sentimos somente
Que fomos condenados
À pior das penas
Sentimos que o prazer se esquece
E dá primazia à dor…