Possessão de amor.
Autor: Daniel Fiúza
07/01/2001
Com um corpo estranho me tomaste,
Inquiristes-me sobre a minha fraqueza,
Meu coração ingênuo sitiastes,
Quando assaltastes minha fortaleza,
Minha tênue resistência enterrastes,
Levando meu amor na tua grandeza.
Repelistes cruel até minha nobreza,
Na tirania da paixão me dominastes,
Usando como isca tua divinal beleza,
Na tua carne quente me aprisionastes,
Tornastes-me teu escravo sem defesa,
Com fogo os meus sentidos anulastes.
Como uma sacerdotisa me amastes,
Tinhas-me aos teus pés com tua certeza,
Todos teus poderes sensuais usastes,
Fizestes-me um manjar na tua mesa,
E na tua fome, faminta me devorastes,
Num ritual erótico, na alcova de alteza.
Quase morrendo na volúpia da tua reza,
Gozando os prazeres que sacrificastes,
Oferecendo o corpo, o sacrifico pesa,
Na minha alma brando que tu almejastes,
Ofereces-me a vida nessa tua riqueza,
Devolves-me o amor que me roubastes.