Vazio de céu
Dormitava impune a tarde.
A brisa passeava fresca e rasteira
sobre as alfombras que iam desfigurando
numa sombra fusca o sol poente.
Eu me perdia pelo azul da vastidão
etérea deitado ali, no teu colo, onde
délias babianas perfumosas arrodeavam
nossa choupana coberta por colmos.
Nossos corações esvaziavam-se de
promessas e futuros e estavam plenos
de amores verdadeiros e presentes.
Descansa e olha-me desse teu
infinito verde e nunca mais tira de
mim teus olhos, que o teu olhar
perturba, teu sorriso enleia, teu
coração braseia.
Aviventa-me no teu ígneo seio
e deixa-me ser, em ti, o que deixei de ser.