Vazio de céu

Dormitava impune a tarde.

A brisa passeava fresca e rasteira

sobre as alfombras que iam desfigurando

numa sombra fusca o sol poente.

Eu me perdia pelo azul da vastidão

etérea deitado ali, no teu colo, onde

délias babianas perfumosas arrodeavam

nossa choupana coberta por colmos.

Nossos corações esvaziavam-se de

promessas e futuros e estavam plenos

de amores verdadeiros e presentes.

Descansa e olha-me desse teu

infinito verde e nunca mais tira de

mim teus olhos, que o teu olhar

perturba, teu sorriso enleia, teu

coração braseia.

Aviventa-me no teu ígneo seio

e deixa-me ser, em ti, o que deixei de ser.

Chaplin
Enviado por Chaplin em 29/12/2006
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