Littera
Littera
Marcos Olavo
Ouço a cantar dos girassóis,
Dando beijo em um luar,
Neste tempo cinzento,
Em cada pesadelo.
Não se lembre das linhas cantantes,
Nem mesmo dos telefonemas demorados,
No assalto do contente tempo,
Que apitava como corrido trem.
Um verso vivo por dois,
Numa veloz saudade,
Que nada pode pagar,
Se não a lua nova.
Você me olha nesse pedalar,
Que te leva muito mais,
Do que um pincelar,
De uma tela nova.
Queixas ouvem o tremor do sofrido,
De uma bela amizade nascida,
Do falar crescida das frases perfeitas,
Que vão até o limite das esfinges.
Ergo a minha carta carente,
Quebrando a minha promessa falada,
Em horas das pioras lágrimas,
Vendo o frio de um gelo.
O encanto de uma voz negou,
Falando da trovadora ausente,
Das trovadoras linhas queridas,
Que nessa tarde de touro.
O conhecimento não vai adiantar,
Nem vai trazer a fala dela,
Que anda em uma escuridão,
Do absurdo surdo.
A voz cala dela,
O sabor da mordida,
De uma fruta doce,
Levada até a minha boca.
Vivo escrevendo tudo isso,
Pra despertar a sua curiosidade,
Levando a minha mensagem,
Que é tão tola tão boba.
Certa vez eu toquei a noite,
De um amante ciumento,
Que fica doente sem ela,
Sem saber do poder da musa.
Quando ela ouvia suavemente,
Tudo ia embora sem aborrecer,
O meu cansado dia,
Que me fazia chegar fraco.
Adoeço sempre sem essa voz,
Que bate meu forte fraco,
Enfraquecendo meu honesto,
O meu herói morrer.
Minha amiga eu estou morrendo,
Por não ter a nossa conversa demorada,
Na mira do distraído tempo,
Que ferve às vezes,
Acabando com minha impaciência.
Alegro ouvindo o silencioso da lua,
Tendo como resposta a tua voz doce,
Dando meu alimento pra sobreviver,
Nesta terrível demora.
Escrito por: Marcos Olavo