AMORES DISPERSOS
AMORES DISPERSOS - I
Os dedos de minhas mãos
s' encaminham para ti
muito unidos qual irmãos
procurando o céu que vi.
Meu coração conquistou
um daqueles sonhos vãos
qu' o fiel órgão sustentou
nos dedos das minhas mãos.
P' los ecos da catedral
minha força ressenti
agros sons um pouco mal
s' encaminham para ti.
Esta imagem da saudade
que me trouxe os frios nãos
fizeram-nos pôr de verdade
muito unidos qual irmãos.
A formosa Ave Maria
no meu rosto já sorri
santificou este meu dia
procurando o céu que vi !
AMORES DISPERSOS - II
A escola e os alunos que me deram
mudaram minha vida por inteiro
e tudo o q' eu sonhei está primeiro
do qu¿as peripécias vãs o supuseram.
As lições eu preparo sempre ordeiro
pelos compêndios reles que trouxeram
e até aqueles programas que ficaram
s' aproveitam talvez no travesseiro...
A falsa e triste escola tem passado
ao lado dos alunos descontentes
sem qu' estes do saber não tirem nada.
Os mestres já 'stão fartos por seu lado
qu' a terra é preparada sem sementes
e esta sem sementes é desgraçada !
Frassino Machado