O LADRÃO E O PERDÃO
O ladrão e o perdão
Marcos Olavo
O toque de uma saudade nasce,
Toda vez que ouço o grito,
Em um som tocado da igreja,
Que apelida todos os mortais.
Levo um tempo e desço em sua frente,
Batendo de cara com lembrança,
Sendo perdida em hora invisível,
Que desfila na pobreza,
Do poeta nato.
Paro na algema da ilusão,
Percebendo tudo de horror afora,
Perdendo toda minha visão,
Na jaula sem flores.
Sou um ladrão e o perdão,
Nesta prisão afastada do sol,
Que nega nascer aqui,
Sem olhar meu mundo.
Corro sem sair do meu lugar,
Que mora em uma cadeira amarela,
Que às vezes sinto minha dor,
Na criação do surreal.
Nem mereço relembrar disso,
Do querer em ferver hoje,
Que fala na mira do infeliz,
Da corrente andante.
Nada me resta agora,
Se não perder esse dia em escrever,
O que sinto em dias raros,
Que a minha escrita explora.
Falamos de algo impossível,
Que um dia vai acontecer,
No brilhar de uma noite louca,
Que toca o céu ausente.
Essa febre nunca passará,
Em meu nadar de ondas incertas,
Que apavora tudo de perto,
Numa violenta raiva.
O exagero pede licença,
Pra quebrar a porta de anos,
Numa punição sem sentido,
Na chave sem nome.
Pedras são atiradas essa hora,
Falando de um erro honesto,
Que nada foi feito,
Pra passar a desculpa.
É uma surra aprendida,
Que a lei nos deixa,
Faltando com a palavra,
De monstros de desenhos.
Escrito por: Marcos Olavo