SONOLÊNCIA



Quando nem adormeço,
Todos os meus sonhos
Sempre te sonham acordados.


Sempre que me entardeço,
Noites que me amam cansado
Não me adormecem. Sempre
Perco-me por teu endereço.


Sempre te pressinto ausente,
Em sonhos que desconheço.
Sonolenta, dormes tanto, e sempre
És noite — que não mereço.


És noite, e não durmo e te aborreço:
— Sempre, por insulto, procuro por ti,
Se te desperta o meu sonho acordado.



Poema integrante do livro "Outono Verde".

Milton Moreira
Enviado por Milton Moreira em 01/11/2011
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