Flor Aflorada

Da luz, migrou a imagem

Onipresente ao verbo perfumado,

Solitário devaneio da noite caindo suave,

Como a gota deixando na face

Linhas de um tênue soneto!

Mil venturas pairam pelo céu

Detalhando pinturas, colhendo astros

Incidentes da quadratura de Ísis

Viva ao doce seio desnudo, lilás...

Opereta pelo lábio escarlate!

Ao quiçá do arpejo,

Entrego-me ao caminhar da madrugada

Deixando que o corpo escreva sobre a seda,

Melindrando cada veio, cada entalhe

Clarividente a vertigem das velas!

Vejo-te por inteira,

Semeando lúdicos falsetes

Embriagados pela flor exposta no peito,

Flor aflorada no colo do ventre,

No luar do amor de todos os Deuses!

Auber Fioravante Júnior

22/09/2011

Porto Alegre - RS