SURPRESA
Em meu domingo,
À uma hora da tarde
(O sol de agreste),
Tão mansa, sem alarde,
Sinto-te comigo
— meiga e linda —,
Entretanto ainda
Não me disseras porque vieste.
É incomum que apareças
A esta hora da tarde
Pôr um grilo na minha cabeça...
Adoro ver-te — pontual e linda,
Mas não me responderas ainda
Porque extraordinária felicidade.
Vieste pelo agrado de irmã
Ou pelo dever de me aplaudires
Num carinho de fã?
Porque, logo estarás de saída,
Calada — pungente e linda!
Ou por adorares, ou por mentires.
Dirás que volta depois
Num instante de certeza?
E, de cada ida e vinda,
Trarás para nós dois
O afago de um beijo
O dúplice desejo
Preso na mulher — fêmea e linda!
Na mesma hora de surpresa?
Poema integrante do livro "Outono Verde".
Em meu domingo,
À uma hora da tarde
(O sol de agreste),
Tão mansa, sem alarde,
Sinto-te comigo
— meiga e linda —,
Entretanto ainda
Não me disseras porque vieste.
É incomum que apareças
A esta hora da tarde
Pôr um grilo na minha cabeça...
Adoro ver-te — pontual e linda,
Mas não me responderas ainda
Porque extraordinária felicidade.
Vieste pelo agrado de irmã
Ou pelo dever de me aplaudires
Num carinho de fã?
Porque, logo estarás de saída,
Calada — pungente e linda!
Ou por adorares, ou por mentires.
Dirás que volta depois
Num instante de certeza?
E, de cada ida e vinda,
Trarás para nós dois
O afago de um beijo
O dúplice desejo
Preso na mulher — fêmea e linda!
Na mesma hora de surpresa?
Poema integrante do livro "Outono Verde".