DESCUIDO
Na teia desta noite,
Lembrarás de mim, sequer,
Que sou teu excêntrico cantor
E desfaço a angústia que vier
E te restauro solene hino de amor?
Andando afável pela rua
A exibir-te altiva e bela,
Uma vez mandarás um pedido à Lua
Repetir teu nome na minha janela?
Em acato ao silêncio do quarto,
Mulher domada — liberta e nua —,
Beijarás a preguiça do meu retrato
Detido em volúpia descoberta — minha e tua?
Voando, voando em bolhas de sabão,
Numa ponta de estrela, numa quimera,
Lembrarás que nega por imprevisão
O carinho que ainda não me deras?
Poema integrante do livro "Outono Verde".
Na teia desta noite,
Lembrarás de mim, sequer,
Que sou teu excêntrico cantor
E desfaço a angústia que vier
E te restauro solene hino de amor?
Andando afável pela rua
A exibir-te altiva e bela,
Uma vez mandarás um pedido à Lua
Repetir teu nome na minha janela?
Em acato ao silêncio do quarto,
Mulher domada — liberta e nua —,
Beijarás a preguiça do meu retrato
Detido em volúpia descoberta — minha e tua?
Voando, voando em bolhas de sabão,
Numa ponta de estrela, numa quimera,
Lembrarás que nega por imprevisão
O carinho que ainda não me deras?
Poema integrante do livro "Outono Verde".