PERIGO



Que espalhafato!
– Na mesma rua onde sigo
meu tão repetitivo ato,
tomei o destino certo
e percebo-te caminhar
bem dentro do meu sapato.

Se por meus pés te conduzo
imperceptivelmente,
num passeio amigo,
permite-me pressupor
a sorte de um súbito amor
ora desfilando ao lado da gente:
– o teu vulto a passear comigo.

Claro, posso na minha fantasia
conceder-te o toque na mão;
ao menos entenderias que não
me exulto tanto, também não ligo.

Resta saber, amável companhia:
– Se te conceder farta ilusão,
Poderia acender nova paixão
e jamais correr qualquer perigo!...

Milton Moreira
Enviado por Milton Moreira em 01/11/2011
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