* Nostalgia de Primavera *
O que és senão a vaga noturna
que sem farol e sem lua, deságua
silenciosa beijando a eriçada superfície
do teu litoral...
Os teus caminhos, impregnados
de perfumes, dialetos que tua alma reconhece,
presentes, sempre presentes nos braços de teu amor...
O que és senão a divina aliança entre o amor
e a eternidade, olhos da madrugada, esguia exclamação
repetindo a si mesma os ecos, dos beijos ao amanhecer...
Quem dera, eu imaginasse braços de uma tempestade,
risos de uma loucura paradoxal,
ou o fim dos tempos em teu olhar...
Coisas imagináveis, e não brisa como tu és...
És a ternura espalhada, esvoaçante carinho...
Povoando madrugadas, apenas a cega palidez
das antigas manhãs, o sonho voando
nas asas de um querer mergulhado na utopia...
Ès a loucura, irreal demais, apenas poesia...
Malgaxe