Teu modo de me querer
Não compreendo de fato
Teu modo de me querer
E a afeição que pretendes me passar...
Há sempre um desacato
Um modo rude de ser
No teu jeito de amar
Tens-me tão cativa e leal
Voltada apenas pra ti
Em devota adoração
Julgas-me, no entanto, tão mal
Desacatas e apenas ri
De minha terna afeição...
Quando queres, me agrada
Cobres-me de dengo e carinho
E me alegras sem razão...
Mas displicente me arrasa
Ao sair de meu caminho
Em busca de outra emoção
Dias passam e tu retornas
Acenas em doce meiguice
Como se fosse saudade
Minha alma dolorida te acolhe
Como se a dor não existisse
Em pretensa naturalidade
Não posso mesmo entender
O que se passa contigo
O que desejas impor...
Buscar o teu bem querer
É como se fosse um castigo
Abrigo que me causa dor
Há de haver uma razão
Que te faça ser assim
Difícil de se compreender...
Amor é mais que paixão
Ilusão que não tem fim
Que valoriza o viver
Um dia, talvez, eu me canse
Desista de te esperar
Negue-me a te receber
Não mais será importante
Se tu sabes mesmo amar
Nem teu modo de querer
Priscila de Loureiro Coelho
Consultora de Desenvolvimento de Pessoas