Sonhei!
Que tal à mercê da imaginação,
Rendesse-me às ilusões?
No cair da noite,
Ressurgiria singela flor,
E a acarinhar-me as pétalas,
Roçando-se em mim, um beija-flor...
Ah, numa nuvem densa de intenso amor
Todos os aromas do meu florescer
Inibriariam a ti e a mim...
Então inebriados de amor,
As nossas fantasias daríamos vazão...
Ah, o tempo não teria tempo,
Tampouco a distância, espaço teria,
Lamento não ouviria, porque dor não haveria,
Acaso lágrimas houvessem, seriam todas de alegria...
Ah, meu amor... viveríamos como fosse o primeiro, todos os dias,
E as noites seriam alcovas para deleite dos amantes de ontem e de hoje...
Romeu e Julieta por fim se reencontrariam...
E, se desse sonho, acordasse,
Inda que cantasse a cotovia, feito
Julieta sussurrando em teus ouvidos
Sem exitar, suplicaria: não te vás,
Fiques meu amor, é somente o rouchinol que assovia...