ENCARNAÇÃO

Carnais, sejam carnais tantos desejos,

carnais, sejam carnais tantos anseios,

palpitações e frêmitos e enleios,

das harpas da emoção tantos arpejos...

Sonhos, que vão, por trêmulos adejos,

à noite, ao luar, intumescer os seios

láteos, de finos e azulados veios

de virgindade, de pudor, de pejos...

Sejam carnais todos os sonhos brumos

de estranhos, vagos, estrelados rumos

onde as Visões do amor dormem geladas...

Sonhos, palpitações, desejos e ânsias

formem, com claridades e fragrâncias,

a encarnação das lívidas Amadas!

Cruz e Sousa

Zorro Poeta
Enviado por Zorro Poeta em 30/10/2011
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