Unada
Consenso. Pitoresco. Rarefeito.
Sujeito às dores que apertam o peito.
Sem eleição, destino ou ação
que resulte em reação.
Supressão da vida concentrada
na falha, nas reentrâncias escondidas
no âmago circunspecto.
Talo de flor cheirando cheiro doce,
cravando no dedo um espinho atrevido
que provoca uma gota de sangue,
a dor eletiva e o primeiro gesto
que o cérebro informa ao músculo
é levar o dedo à boca.
Gesto simplório, quase casual.
Queda de temperatura
e as extremidades do corpo esfriam,
e as extremidades do pé ficam roxas,
mudanças repentinas de cores,
dores, flores, horrores, temores, tremores.
Luz que ilumina de dentro pra fora.
Meio de saber se realmente queres saber.
Unada.
União de nada que resulta na condição de vazio.
Facilidade e falta de noção.
Importa a seriedade
se simples fosse partir um coração
ao dizer não.
Opinião amalgamada carecendo
de mais expressão.
Suposições que expõem sombras do corpo.
Luz que bebe a energia do raio de sol,
olhar forte que olha enérgico e austero
para o imponente farol.