TENTATIVAS DE ENCONTRO
maria helena sleutjes
Da primeira vez
perdi-me de você
naquela floresta da China.
Eu, apenas um casulo
E você, aquela árvore
tão altiva.
Ambos acreditávamos na vida
e sabíamos o quanto aquelas campinas
se apinhavam de flores...
Da segunda vez
encontrei você por acaso
compondo aquela mesa
de uma bodeguita argentina.
Você, pesada madeira
Eu, um quadro tão antigo.
Ambos acreditávamos na vida
e embora separados, podíamos
sentir o ardor de todos
os tangos argentinos...
Da terceira vez
perdi-me de você de novo
naquela biblioteca de areia
porque o Borges
moveu as estantes.
Você tinha virado livro
Eu, um marcador de páginas...
Agora
estamos desencontrados
e completamente transformados
Você, não acredita na vida
Eu, não acredito em mais nada.
maria helena sleutjes
Da primeira vez
perdi-me de você
naquela floresta da China.
Eu, apenas um casulo
E você, aquela árvore
tão altiva.
Ambos acreditávamos na vida
e sabíamos o quanto aquelas campinas
se apinhavam de flores...
Da segunda vez
encontrei você por acaso
compondo aquela mesa
de uma bodeguita argentina.
Você, pesada madeira
Eu, um quadro tão antigo.
Ambos acreditávamos na vida
e embora separados, podíamos
sentir o ardor de todos
os tangos argentinos...
Da terceira vez
perdi-me de você de novo
naquela biblioteca de areia
porque o Borges
moveu as estantes.
Você tinha virado livro
Eu, um marcador de páginas...
Agora
estamos desencontrados
e completamente transformados
Você, não acredita na vida
Eu, não acredito em mais nada.