INSÔNIA*
Permaneço em mim absorto,
envolto no meu disfarce
sob o sussurro da brisa na rua:
– Inverno que dói a divulgar-se
Em beijos de rosas e portas,
mantém fria
a insônia (demora
pontuada de luas
soturnas,
as noites mortas.)
Mantém o segredo revolto.
Repercute no veio das avenidas
tal vigília do meu corpo
– só as ilusões dormidas.
Aflige não ter agente,
uma quimera somente...
Porque o amor, este pouco,
não é um dever;
não tem direitos adquiridos
vindo assim aos meus ouvidos
à noite denunciar no teu sopro
a Mulher Indolente.
– Insano ciúme
indefeso no ar,
levado no rolar
da brisa realçando abandono,
destila sentimentos disformes:
o teu frio afugenta-me o sono,
ele próprio me castiga;
entoa, olha só, suave cantiga
– a mesma lira com que dormes.
*Poema integrante do livro "Acalanto de Labareda"
Permaneço em mim absorto,
envolto no meu disfarce
sob o sussurro da brisa na rua:
– Inverno que dói a divulgar-se
Em beijos de rosas e portas,
mantém fria
a insônia (demora
pontuada de luas
soturnas,
as noites mortas.)
Mantém o segredo revolto.
Repercute no veio das avenidas
tal vigília do meu corpo
– só as ilusões dormidas.
Aflige não ter agente,
uma quimera somente...
Porque o amor, este pouco,
não é um dever;
não tem direitos adquiridos
vindo assim aos meus ouvidos
à noite denunciar no teu sopro
a Mulher Indolente.
– Insano ciúme
indefeso no ar,
levado no rolar
da brisa realçando abandono,
destila sentimentos disformes:
o teu frio afugenta-me o sono,
ele próprio me castiga;
entoa, olha só, suave cantiga
– a mesma lira com que dormes.
*Poema integrante do livro "Acalanto de Labareda"