SAUDOSOS *
Como o sol por entre a neblina
traz o fogo e desafia a madrugada,
insurge recordação – e me aproxima
da mulher num conto de fadas.
Um desejo indolente incita
findar o bálsamo que acalma,
torturando melindrosa alma
já desvairada, tão aflita.
Aqui em mim, meu eu me desespera
num incrível rolar de esfera,
e desaba inevitavelmente
num precipício de saudade.
As palmas abertas batem asas
no vácuo, e nada atinjo
na viagem derradeira.
Mas me segue a ansiedade
por rever, num flash de velocidade,
a esperança que se perdera...
–Você e você,
miragem que voa minha atmosfera
suaviza a solidão desse vagar,
repete a carícia que me dera.
Qual distância! Como está ausente
estrela minha cadente,
apagada em plena festa, fugidia.
Que infelicidade:
– Por ironia,
por saudade,
ardilosamente me esqueceria!
* Poema integrante do livro "Acalanto de Labareda"
Como o sol por entre a neblina
traz o fogo e desafia a madrugada,
insurge recordação – e me aproxima
da mulher num conto de fadas.
Um desejo indolente incita
findar o bálsamo que acalma,
torturando melindrosa alma
já desvairada, tão aflita.
Aqui em mim, meu eu me desespera
num incrível rolar de esfera,
e desaba inevitavelmente
num precipício de saudade.
As palmas abertas batem asas
no vácuo, e nada atinjo
na viagem derradeira.
Mas me segue a ansiedade
por rever, num flash de velocidade,
a esperança que se perdera...
–Você e você,
miragem que voa minha atmosfera
suaviza a solidão desse vagar,
repete a carícia que me dera.
Qual distância! Como está ausente
estrela minha cadente,
apagada em plena festa, fugidia.
Que infelicidade:
– Por ironia,
por saudade,
ardilosamente me esqueceria!
* Poema integrante do livro "Acalanto de Labareda"