CARENTE *
O amor amofina
beijos e carícias
enquanto artifícios indisponíveis.
Meu amor é assim: carente
e perpassa matizes e desníveis.
E, a cada mágoa cristalina
– que me acaricia e me beija –,
infiltra-me solenemente
com unhas e dentes.
Até me estimula
o desterro – verruma – ,
cântico de saudade
dos sonhos impossíveis:
– Que eu jorrasse água dum chafariz,
a refinar tua sede,
enquanto enfeite
no teu fato.
– Que me empoeirasse feliz,
decorando-te o quarto
– cândido retrato,
solitário na parede.
* Poema integrante do livro "Acalanto de Labareda"
O amor amofina
beijos e carícias
enquanto artifícios indisponíveis.
Meu amor é assim: carente
e perpassa matizes e desníveis.
E, a cada mágoa cristalina
– que me acaricia e me beija –,
infiltra-me solenemente
com unhas e dentes.
Até me estimula
o desterro – verruma – ,
cântico de saudade
dos sonhos impossíveis:
– Que eu jorrasse água dum chafariz,
a refinar tua sede,
enquanto enfeite
no teu fato.
– Que me empoeirasse feliz,
decorando-te o quarto
– cândido retrato,
solitário na parede.
* Poema integrante do livro "Acalanto de Labareda"