Partum a novus
Partum a novus
Marcos Olavo
Crio um caminho novo,
Pra tocar teu amanhecer raro,
Que busca o grito ausente,
Que apenas surdo ouve.
Cai a pena de tristeza em nós,
Na veloz despedida tola,
Que carrega a voz cansada,
Tocada pela espera.
Você se perde da corrida,
Viajando sem perdão,
Sem a noção do tempo,
Que deixa o palco.
Vidas jorradas no porão,
Perdendo asas novas,
Que anseia sempre aqui,
Quebrando o tédio.
Nada é mais belo,
Nesses versos gritantes,
Que meus dias nascem,
Usando a mão do pobre.
Não quero morrer,
Neste dia esquecido por nós,
Na batida prometida,
Na voz de uma onda.
Como queria te fazer,
A nova linha rara,
Em cada pensamento,
Que resta acabar.
Vivo sem saber a cor,
De um amor belo e perfeito,
Que dizem nada nascer,
Nem mesmo alvorecer.
Sou um aprendiz da arte,
De todos os tolos líricos,
Que se perdem às vezes,
Em cada dose.
Espero um dia chegar,
Em céu de paz e feliz,
Pra não ser mais sofrido,
Em lamentações.
Acredite nesse infinito bonito,
Que pincela o tempo cinza,
Que me resta explicar,
Na voz apanhada.
Quero descer teu querer,
Neste queimar em chama,
Que planta uma chama,
Levando toda madeira.
Escrito por: Marcos Olavo