O BARULHO DA SOLIDÃO
Hemorragia nos cantos dos dedos...
Cirrose hepática de tanto tomar o mel
dos teus lábios...
Overdose de desejos acalentados...
Tortura hedionda dos eternos segundos
que custam a passar...
Tamanho desprezo desprezível pelo simples
fato de se desprezar o que não pode ser desprezado,
o Amor...
Que o mel é doce é coisa de que também
me nego a afirmar, mas que o amor é amargo feito
fel eu afirmo plenamente...
Se perder para se encontrar, fábricas de sequelas,
encontrar o que se perdeu...
O barulho da solidão quase me deixa louco
pela altura do silêncio quando a alma agoniza
pelo coração transbordado em mágoas...
A resposta esta na preguiçosa areia da
ampulheta, ou nos ponteiros enlouquecidos
do relógio em noites onde o brilho das estrelas
não fazem diferença e nos dias onde o brilho do sol é apático .