Entre o Sentir e a Razão...
Eu não quero
A sensação de vazio que bate no peito
Daquelas que não conseguimos explicar direito
E que nos chamam à reflexão
Eu não quero
Esquecer das palavras escritas
Daquelas que nunca foram ditas
E que realmente importaram em meu coração
Eu não quero
Eleger sentimentos
Cultivar ressentimentos
Macular estes momentos
De palavras ufanistas, talvez...
Pois desta ode
Rancor não restará
E toda mágoa perecerá
Pelas letras que minha pena condiz
Pois é tosco e sem sentido
Jogado ao léu e todo seu infinito
As memórias que carrego comigo
E que um dia me fizeram feliz
Alinhavadas e bem cosidas
São memórias de um tempo
Que não me trazem arrependimento
Das minhas ilações...
Então, esqueçamos por hora
As lembranças que já são letra-morta
E não sintetizam emoções...
Pois apenas o que importa
É este meu verso apaixonado
Que lhe entrego de bom grado
E que brotam do percurso
Entre o sentir e a razão.
Ad majora natus