Nem que morresse

Nem que morresse

Oh! Triste desventura que não ceifa com morte,

Oh! galardão cruel enfastiante benigno,

Oh! Amor cruel fatigante.

Oh! Cruzes malditas que se alastram

Além da esfera humana,

Luzes não se acham,

No martírio do vazio humano,

Oh!Amor cruel fatigante,

Dor gemente no peito,

É sombra ardorosa e perigosa,

Sombra que destrói o leito,

Provém da alma libidinosa

Oh!Amor cruel fatigante

Nem morte, nem vida,

Existência arruína o trágico destino

Amor, sem face, sem lastro,

caos fétido no inumano

triste destino causa o dano!

Oh!Amor cruel fatigante,

É irreal na composição mental,

É real na sombra do mundo

Custa-me seguir o destino.

Nem que morresse,

A morte não o libertaria,

Triste fim, triste (re)começo

A morte?! Não é o fim

É o começo.

Oh!Amor cruel fatigante

Some na estrada fina do sopro de vida,

Atormenta-me além-vida,

Em outra vida no infinito,

Desce outra vez na ânsia da morte,

Destrói-me por vez para nunca mais!

Escolhestes ser assim: amor cruel, amor fatigante!

Eu, YA Serley