Amor universal

Eu transbordo desta taça o líquido

Que me escorre nesta rocha impura

Em meu corpo tão cruel é o castigo

Que me faz viver após morrer

Como reza nestas escrituras

Sou a carne, dilacerada e ardida.

Sou o desejo, o fogo e a compaixão.

O meu corpo todo é só ferida

Que massacram a minha alma santa

Entre escarros neste seco chão

Que não saíram da minha garganta

Caminho nestes passos amiúde

Esta cruel cruz eu não pedi jamais

Trago a imensidão e a virtude

Meu destino se aproxima mais

Mesmo que eu não olhe para trás

Em meu sangue corre a tua hipocrisia

Que floreia em tua boca maldita

Vendes a mim como mercadoria

Matando-me de novo em tua alma fria

As estrelas em minhas noites agora

Já não brilham como as de outrora

Todo o sangue deste estéril chão

São prenúncios desta nova aurora

Sem o amor que foi jogado fora

alexandre montalvan
Enviado por alexandre montalvan em 23/10/2011
Reeditado em 22/11/2016
Código do texto: T3294184
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