CASCATA DE RIMA

C A S C A T A D E R I M A.

Eras um sonho intermitente

De pesadelos inconseqüentes

Cheios de beijos quentes

Nos teus lábios carentes

Onde eu vi lágrimas reluzentes

Entre as palavras inocentes.

Menina, eu te quero simplesmente.

Alta da cor do ouro

Das paixões o meu ancoradouro

De sorriso fácil e duradouro

Tu tens câncer e eu sou de touro

Contigo a tomar um chocolate

E ver os teus lábios escarlates

Morrendo na madrugada e no embate

Entre uivos de cão que late.

Menina tu és muito linda

Nesta noite que se finda

Eu vou morrer ainda

Nos braços de Olinda

Quero-te assim magra

Às vezes meio macabra

Num sorriso em boca amarga

Mesmo que não se abra.

Gosto da tua manha

Às vezes muito estranha

Nas perdidas entranhas

Do teu corpo que assanhas

Minha linda deusa asteca

Quando menina uma boneca

Agora súcubu muito sapeca

Comigo eu sei que pecas.

Ficas perdida assim

Quando foges de mim

Meu doce Querubim

Vou te ensinar enfim

Que te amarei pelos confins

E ver o teu lindo olhar

No teu rosto sem par

Com os cabelos a brilhar

Linda, estavas naquele jantar.

Sentir a tua suposta gravidez

Antes fosse menina duma vez

Uma doce loirinha que se fez

No teu movediço ventre indez

Que irá imitar a tua linda tez.

.

Minha doce e magra perdiz

De olhos perdidos de anis

Arrogante-nobre é o teu nariz

Feito assim como Deus quis

Flor de campo fresca molhada

De pulcritude muito ultrajada

Na paranóia da coca enganada

Amor, fora dela serás amada.

Eráclito Alírio da silveira
Enviado por Eráclito Alírio da silveira em 27/12/2006
Código do texto: T329375