CASCATA DE RIMA
C A S C A T A D E R I M A.
Eras um sonho intermitente
De pesadelos inconseqüentes
Cheios de beijos quentes
Nos teus lábios carentes
Onde eu vi lágrimas reluzentes
Entre as palavras inocentes.
Menina, eu te quero simplesmente.
Alta da cor do ouro
Das paixões o meu ancoradouro
De sorriso fácil e duradouro
Tu tens câncer e eu sou de touro
Contigo a tomar um chocolate
E ver os teus lábios escarlates
Morrendo na madrugada e no embate
Entre uivos de cão que late.
Menina tu és muito linda
Nesta noite que se finda
Eu vou morrer ainda
Nos braços de Olinda
Quero-te assim magra
Às vezes meio macabra
Num sorriso em boca amarga
Mesmo que não se abra.
Gosto da tua manha
Às vezes muito estranha
Nas perdidas entranhas
Do teu corpo que assanhas
Minha linda deusa asteca
Quando menina uma boneca
Agora súcubu muito sapeca
Comigo eu sei que pecas.
Ficas perdida assim
Quando foges de mim
Meu doce Querubim
Vou te ensinar enfim
Que te amarei pelos confins
E ver o teu lindo olhar
No teu rosto sem par
Com os cabelos a brilhar
Linda, estavas naquele jantar.
Sentir a tua suposta gravidez
Antes fosse menina duma vez
Uma doce loirinha que se fez
No teu movediço ventre indez
Que irá imitar a tua linda tez.
.
Minha doce e magra perdiz
De olhos perdidos de anis
Arrogante-nobre é o teu nariz
Feito assim como Deus quis
Flor de campo fresca molhada
De pulcritude muito ultrajada
Na paranóia da coca enganada
Amor, fora dela serás amada.