Anelado em giz

Anelado em giz

Quero encontrar um amparo na sombra do teu nome,

na vista de um campo, um arbusto.

Quero te amar, ser raro, sem a ronda que come um

artista santo e ver seu lindo busto.

Quero seu apoio pra manter incorporado e feliz e me

alinhar deitado no seu chão.

Não quero ser o joio e nem ser anelado em giz pra

sonhar como coitado sem pão.

Não é minha caneta injusta e irresponsável, queria

arrastá-la só pra esse propósito.

Pra rimar palavras e pensar como é dado lugar a um

sofrimento desnecessário e insólito.

Quem poderia ser o artesão do sofrimento tão rude

que desenhou com uma mão criminosa.

Sou um desmamado de um retrato que esperava

uma musa ou o endereço da rainha manhosa.

Temia um raio vindo da sua mão justiceira e direta.

Mas foi minha caneta que te criou???

Não vou restaurar justiça e me manter sem punição

pois minha mente já atordoou.

Seus vícios também eram gananciosos com pitada de

arrogância, mas deixou lembranças.

Passo a ti meu coração no papel que redijo e assino,

se meu espírito acordar sem caneta te visito na

primavera e quero que namore comigo e me chame

de menino.

Levarei flores e deixarei de ser réu.

Destruirei o tempo que fui fel.

Seguirei guiado pelas minhas veias, independente da

maneira que andares ou se serei uma presa fácil em

sua teia...

http://poetadefranca.blogspot.com/

O NOVO POETA. (W.Marques).