Prêmio da realidade.

Sou por certo o poema

(que perdeu-se no infinito),

E ao tornar-se um dilema,

Desapareceu no próprio grito!

Sou talvez aquilo que não o seja

(pelo simples fato de o ser).

Algo mais que o sonho almeja

Em meu próximo renascer!

Sou por certo, querida

(sonho, dor, felicidade).

Talvez na própria vida

Um prêmio da realidade!

Sou, quem sabe, a ilusão

(de ser o que não sou)

E creio ser por esta razão

Que sigo o rumo no qual vou!

Sou uma cantiga suave

(na ilusão de ser alguém),

O propulsor de uma nave

Perdida rumo além!

Sou, por certo, o resumo

(de um sonho sonhado a dois),

O trajeto do fumo

Na vida jogada para depois!