"Amô de rede"
Amô de rede é bão.
É bão mesmo pra daná.
A gente fica agarrado,
Fica tudo atracado,
E a rede pra lá, pra cá...
E o Zeca só a pitá...
É uma fuxicada arretada,
Que num sei mesmo explicá.
São fungada nos cangote,
São alisado pra cá.
São uns roçado pra lá.
E o Zeca só a pitá...
Êta pitada lascada,
Tão boa de se pitá!
A gente nesta esfregada,
Virando os ôio danada.
A rede pra lá, pra cá...
E o Zeca só a pitá...
Num dá mais pros cafuné,
Pros suspirinhos inté,
Só dá é pros afiná.
Fica tudo sem dá pé.
"Vige Maria da Fé"!
Salve-se quem pudé...
Fica tudo embolado.
Fica uma confusão.
Na rede é muito dificil,
Mas é pra lá de bão...
Não quero outra vida, não.
A rede pra lá, pra cá...
E o Zeca só a pitá...
Quando chega mais adiante,
Dessa baderna inferná,
Tá todo mundo cansado,
E eu, cum os ôio arregalado,
De tanto me arrepiá.
A rede pra lá, pra cá...
E o Zeca só a pitá...
Nessa embolada gostosa.
Nesses suspiro ideá.
Sem podê se alevantá.
Caimos nos dois no sono,
Pra tentá nos descansá.
A rede pra lá, pra cá...
E o Zeca parou de pitá...
Myriam Peres