"Amô de rede"

Amô de rede é bão.

É bão mesmo pra daná.

A gente fica agarrado,

Fica tudo atracado,

E a rede pra lá, pra cá...

E o Zeca só a pitá...

É uma fuxicada arretada,

Que num sei mesmo explicá.

São fungada nos cangote,

São alisado pra cá.

São uns roçado pra lá.

E o Zeca só a pitá...

Êta pitada lascada,

Tão boa de se pitá!

A gente nesta esfregada,

Virando os ôio danada.

A rede pra lá, pra cá...

E o Zeca só a pitá...

Num dá mais pros cafuné,

Pros suspirinhos inté,

Só dá é pros afiná.

Fica tudo sem dá pé.

"Vige Maria da Fé"!

Salve-se quem pudé...

Fica tudo embolado.

Fica uma confusão.

Na rede é muito dificil,

Mas é pra lá de bão...

Não quero outra vida, não.

A rede pra lá, pra cá...

E o Zeca só a pitá...

Quando chega mais adiante,

Dessa baderna inferná,

Tá todo mundo cansado,

E eu, cum os ôio arregalado,

De tanto me arrepiá.

A rede pra lá, pra cá...

E o Zeca só a pitá...

Nessa embolada gostosa.

Nesses suspiro ideá.

Sem podê se alevantá.

Caimos nos dois no sono,

Pra tentá nos descansá.

A rede pra lá, pra cá...

E o Zeca parou de pitá...

Myriam Peres

Myriam Peres
Enviado por Myriam Peres em 11/07/2005
Código do texto: T32895