Amor e ódio
Amor e ódio
Que fazer?
É vê-lo partir de repente
E ter que segurar a emoção
E ter que calar toda razão
Ficar maltratando o coração
Tirando-o da minha mente...
Odeio, mas como amo!
Beijo, mas que repulsa!
Nos escombros, que crueldade!
Sentir tanto amor de verdade
Sentindo ódio, com felicidade...
Um ódio tamanho que beijo
Este amor desesperado
Um amor com jeito de coitado
Este meu amor abençoado
É um ódio de amor, apaixonado...
Que bom transformar água em vinho
Tirar todas as mágoas e espinhos
Transformando as mazelas da vida
Deitar e dormir a noite sentida
Nos braços do amor, adormecida...
Que bom estreitar-me em seus braços
Nos carinhos, nos seus mormaços
Que alentam os meus fracassos
Tão bom sentir em anseios
Cochilando amor em meus devaneios...
Aperto seu peito com mágoa
Beijo seu carinho que deságua
No mar do meu desespero
Nas ondas dos meus apelos
Amor e ódio, como sabê-lo?...
Bom demais as juras sussurradas
São de paixão tão bem faladas
Criam promessas nos meus desejos
Que bom ter você e os seus beijos
Seus afagos tão descontrolados...
Amar e odiar no capricho
São máscaras sorrindo ódio
São semblantes puros de amor
Quanto mais sinto o temor
Mais amo você, que horror!...
Não sei mais se odeio
Ou se amo demais
Meu peito é meu anseio
Sua vida, meu esteio
No ódio, meus devaneios...
Myriam Peres